tingimento natural
Desde tempos remotos folhas, raízes, cascas e flores são usadas para colorir tecidos. Existem muitas técnicas de tingimento a partir de uma infinidade de plantas tanto quanto os inúmeros povos e culturas. Esses saberes tradicionais, aprendidos de geração em geração, estão vivos até hoje em alguns países como Índia, Japão e Peru. No Brasil existe uma abundância de plantas tintórias e muitas delas também são medicinais. Mas, apesar de seu nome ser oriundo do pau-brasil, madeira que tinge de vermelho, esses saberes foram desaparecendo do país. Hoje há um movimento de resgate dessas tradições, que é muito importante não só pela questão da sustentabilidade mas também para o fortalecimento de nossas raízes em nossa própria terra. Basicamente trabalho com 2 técnicas: o tingimento natural tradicional e a impressão botânica.
Tingimento natural com anileira ou índigo brasileiro
Urucum
Flores de macela
tingimento natural tradicional
É a mais antiga e mais conhecida técnica para tingir. Chamo de tingimento natural tradicional porque podemos encontrá-lo na tradição milenar de muitas culturas. Existem uma infinidade de receitas dependendo do tipo de planta tintória e da tradição de cada cultura. Mas o princípio é o mesmo: a planta é fervida com água para a extração da cor e o tecido é mergulhado nesse banho. Uma variedade de mordentes podem ser usados para fixar e modificar a cor no tecido (ver glossário abaixo).
impressão botânica ou ecoprint
Impressão Botânica é uma técnica de tingimento natural em tecido ou papel na qual as plantas tintórias são colocadas diretamente sobre o tecido, que será firmemente enrolado em algum tipo de suporte ou prensado e colocados em fonte de calor que pode ser água fervente ou vapor. As impressões e estampas deixadas no tecido são os pigmentos liberados pelas plantas. O resultado desse processo é imprevisível, cada tecido impresso é único, sendo muito difícil repetí-lo, o que traz um encantamento extra para esta técnica.
A criação desta técnica é atribuída a artista australiana India Flint. Por isso, também é muito conhecida como Ecoprint, sua denominação em língua inglesa.
Enrolando o tecido
Flamboyant (Delonix regia)
Painel de arte têxtil tingido com a técnica da impressão botânica
Echarpe de seda algodoeiro-da-praia
Eucalipto, picão-preto, flamboyant e algodoeiro-da-praia
Echarpe de seda eucalipto, picão-preto, flamboyant e algodoeiro-da-praia
Rolinhos de impressão botânica na panela
Desenrolando a impressão botânica com flor de quaresmeira
Glossário tingimento natural
Mordente: Substância associada ao tingimento com a função específica de manter a durabilidade da cor, conferindo maior resistência às lavagens e exposição ao sol. Pode ser de origem vegetal, como o tanino (substância extraída da casca de algumas plantas) ou mineral como o alúmen (pedra-hume) ou acetato de ferro.
Plantas tintórias: São consideradas plantas tintórias todas as espécies que contém em uma ou mais diferentes partes (raiz, tronco, ramos, folhas, flores, frutos, sementes) altas concentrações de princípios colorantes como álcoois fenólicos, taninos, flavonóides e antraquinonas.
Shibori: (em japonês: 絞り) é uma técnica de tingimento manual japonesa que produz padrões no tecido. A técnica consiste em costurar, dobrar, amarrar ou prender o tecido para então mergulhá-lo em tintura; as partes amarradas ou presas não são tingidas.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Shibori
http://lasplantastintoreas.blogspot.com.br/
Impressão botânica com flor de quaresmeira
Eucalipto
Impressão botânica ou ecoprint com uma mistura de plantas